Parabéns Professores Marcos Paulo e Heloísa e Futuros Formandos 3º A e B 2014
eformandos 3ºs A e B
Informação e mídia na produção de novas
subjetividades
A sociedade contemporânea compreendida e
identificada como sociedade da informação traz no seu bojo histórico o
continuo processo de rupturas e mudanças. Desde que a mesma, após o
século XVIII, passa adotar técnicas especificas para transmitir
conteúdos que reconfigurem novos tipos de formas de convivências
sociais. Mas que também, passa a servir como novo paradigma econômico de
uma nova sociedade, a sociedade pós moderna.
E, é nela que o surto da universalização do
capitalismo , como modo de produção e processo civilizatório, em forma
extensiva e intensiva adquire outros impulsos, com base em novas tecnologias e
uso excessivo da mídia e seus dispositivos. O que faz desses elementos, a informação
e a mídia, elementos importantíssimos na elaboração significativa
e ressignificação de novas subjetividades do nosso tempo, e,
consequentemente, notáveis mudanças nos âmbitos sociais, culturais, políticos e
econômico.
Várias dessas mudanças são vistas, constatadas e
prognosticadas por alguns autores da ciência sócias ou áreas afim. Os quais nas
suas percepções, cada um por sua vez, retrata sobre o maneirismo do sistema
capitalista na apropriação e criação de necessidades cognitivas e intelectuais,
com o fim de tê-las, como mercadorias.
É o caso percebido pelos autores, Theodo W. Adorno
Max Horkheimr, os quais notificam que a cultura é um dos elementos claramente
determinante para o uso do capitalismo. O qual no afã de resultado cada vez
mais de Mais-Valia, faz a massificação da cultura, fazendo com que passe a
existir o princípio da convivência mediática para, a partir de então
assim alimentar o sistema.
Diante disso, segundo esses autores, a indústria
cultural por meio do processo reprodutivo tenta tornar todos ouvintes iguais ao
sujeita-los, autoritariamente aos idênticos programas das várias estações. E,
ao fazer isso, esquematiza mecanismo de padronização para uma homogeneidade
entre os sujeitos para agrada-los, mas também para controla-los. Já que o
capitalismo impõe seu próprio ritmo frenético de forma proposital,
em que o individuo geralmente deixa de pensar e refletir sobre o sistema
ideológico que lhe é imposto, posto que este é constituído para obscurecer a
percepção dos indivíduos. Fazendo então que os valores sociais, entre esses, a
felicidade do individuo, passe a ser influenciada e condicionada por essa
cultura; que, por sua vez, gera o processo de atrofiamento da imagem e da
espontaneidade do consumidor. Por isso para Adorno e Hokheimer, o individuo
nunca era soberano nas suas escolhas.
Outro autor que discute a problemática do sistema
midiático na modernidade é Jonh B.Thompson. Ele traz átona a necessidade de
conhecer a eficácia do poder simbólico e seus impactos que os indivíduos
venham a ter mediante institucionalizações e consagrações simbólica de
valores efêmeros, criados por comunicação da mídia.
Para tal interpelação ele recorre a vivencia social
do século XIX, em que a comunicação e a interação se dava face a face. Onde
existia uma maior conservação de valores, crença e valorização da
presença entre seus pares. Porém, na modernidade midiática observada por
Thompson, os valores e crenças passam a estar absolvido em relação desconectada
do mesmo contexto. Onde as categorias de tempo e espaço são reconfiguradas de
modo que a questão cronológica e espacial já não são mais barreiras para a
interação entre as pessoas. Pois as mesmas passam a viver sobre signo da tele
imagem em que tudo nos parece ser instantaneamente dado sobre a forma da
transpareça das imagens apresentada como evidencias. Criando assim
um instante sem passado e sem futuro, um agora mediático, condicionando
muitas vezes, experiência local do individuo aos caprichos e desejos da
classe dominante que nem os conhecem.
E no dizer de Antonio Gramsci, isso é um processo
hegemônico. Processo no qual uma classe dominante consegue fazer com que seu
projeto seja aceito pelos dominados , desarticulando a visão de um mundo
autônomo de cada grupo potencialmente adversário, para buscar o domínio e
controle na medida em que, através da tela imagem mesclam-se a cultura e a
ideologia de forma aparentemente inofensiva. Porém, sempre com um fim único,
impor uma cultura dominante por meio de dispositivos simbólicos.
Isso pode ser claramente entendido por meio da
leitura da sociedade do espetáculo, escrito por Guy Debord nos anos 60, onde
ele ressalta o que uma sociedade imagética e, ao mesmo tempo critica a
modernidade que é truncada de padrões alimentados pela mídia que por sua vez é produtoras
de fetiches.
A isso ele chama de espetáculo moderno. Isto é; as
imagens engendram não somente conceitos, mas dispositivos materiais,
formas sensíveis, tonalidades emocionais, onde a realidade é notoriamente
vivida no plano da imagem devido ao papel relevante da representação.
Contudo, a sociedade do espetáculo não é um conjunto de imagens,
mas uma relação social entre pessoas, mediatizadas por imagens. Logo seu
espetáculo, não completa, não traduz, nem decora a sua realidade; visto ser
ele, segundo Guy Debord, o coração da irrealidade da sociedade real.
Nessa condição ela se identifica tão somente como
mercadoria, em que se autoproduz como fábrica concreta da alienação, no momento
é que o seu alto retrato é a falsificação da vida real. Mesmo porque sua única
mensagem imagética é: o que aparece é bom, o que é bom aparece. Entretanto por
traz dessas “aparições” ao mesmo tempo que aparece sobre a forma de
objetividade como verdade totalizante e modelo da vida ideal de se ter;
concomitantemente organiza a ignorância e o esquecimento .
Para Debord, os indivíduos em sociedade abdicam da
dura realidade dos acontecimentos da vida, e passa a viver o mundo movidos
pelas aparências e consumo permanente de fatos, produtos e mercadorias; dado o
poder hipnótico causado pelas imagens, as quais em alguns graus conseguem
deixar a pessoa passiva e aberta à aceitação dos valores preestabelecidos pelo
capitalismo . Desta forma os indivíduos se integram e se interagem por meios da
comunicação imagética, trazendo para se mesmo a ilusão deque se a mídia não
notificou, se não houve um registro imagético ao publico, então não é
real, ou não aconteceu . Entretanto, o que muitos indivíduos não estão
atentos é que a mídia, geralmente utiliza de suas informações de forma manipuladora,
mesmo quando o que é vinculado, parcial ou inteira tenha no cunho
um peso de verdade.
Diante do que vimos com esses autores é inegável
não confirmar que estamos diante uma sociedade de excessos de
estímulos, causada pela tecnologia a serviço do capitalismo. Onde o virtual
passa a ocupar o lugar do que é concreto e real . Esteja este na esfera social,
cultural econômica, politica ou qualquer que seja outra. A bem da verdade
é que o monopólio da informação e da mídia passa ser desenhado sobre os
pressupostos da exclusão social, de tal forma que os excluídos são cada vez
mais excluídos e os incluídos cada vez mais incluídos e, todos consentem da
forma de dominação que uma categoria exercem sobre outras. E assim se sucedem
os homens, as suas esferas sócias e as suas categorias de valores,
abertos ao poder modificador da era digital.
Sociólogo, Claudionor Lima
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